O Valor do Tédio e do Ócio

Recentemente, ouvi um podcast de Simon Sinek que me fez refletir sobre algo curioso: as vantagens do tédio. Embora ele não aborde o tema diretamente, Sinek fala sobre a importância do descanso, da pausa e da desconexão como elementos essenciais para a saúde mental, a criatividade e uma liderança eficaz.

Segundo ele, trabalhar sem parar é contraproducente. Para ilustrar, Sinek usa a metáfora de dois lenhadores: um trabalha sem descanso, enquanto o outro faz pausas regulares para afiar o machado. No final, o segundo é mais eficiente. Essa história mostra como os momentos de pausa — que podem incluir o tédio — são fundamentais para renovar a energia e a clareza mental.

Esse tema me lembrou do conceito de ócio criativo, desenvolvido por Domenico De Masi na década de 1990. Para De Masi, o ócio não deve ser visto como preguiça ou improdutividade, mas sim como um estado fértil para a geração de ideias, reflexão e crescimento pessoal. O ócio criativo acontece na interseção entre trabalho, estudo e lazer, onde o indivíduo encontra equilíbrio e realizações.

Vivemos em um mundo hiperconectado, onde estamos sempre ocupados. Essa constante atividade impede o cérebro de vagar livremente — algo essencial para a criatividade.

Isso me leva a pensar também no WFR (Work Force Reduction), que, paradoxalmente, tem aumentado nossas obrigações: mais e-mails, reuniões seguidas, atualizações no LinkedIn, tarefas mentais que parecem não ter fim.

Ao mesmo tempo, temos cada vez menos tempo — e até menos hábito — de descansar ou nos desconectar verdadeiramente. A famosa frase “não sei ficar parado” revela nossa dificuldade em nos reconectar com o que realmente importa.

Talvez seja hora de resgatar o valor do tédio. Não como ausência de produtividade, mas como espaço para respirar, refletir e criar.

Leia também

Criatividade I Sinergia I Técnica e Sensibilidade I Tecnologia e Inovação

A melhor experiência para seu Evento

FALE COM UM ESPECIALISTA